Bebês felizes em filmes
Apresento a você uma causa que está perto do meu coração. Eu tento conscientizar os espectadores sobre a inutilidade de fazer/deixar bebês e crianças chorarem em filmes.
Convido você a assinar a petição:
https://chng.it/vRzW48ZS
Crédito da foto:
La Leche League
https://www.lllfrance.org/1337-da-61-ne-laisser-pas-pleurer-les-bebes
(25 de abril 2020)
Percebi há alguns anos que bebês não são atores. Adoro ver bebês em filmes e certamente não quero que isso mude. Mas bebês felizes. Um bebê que se sente seguro estará sorrindo, feliz, calmo, sereno. Se um bebê chora, é porque ele está expressando uma necessidade. Ele está cansado, está com fome, não está tranquilo, está com medo, está estressado. É claro que estou falando de crianças pequenas, que ainda não têm voz. Que, portanto, não têm outros meios além de suas lágrimas para expressar suas necessidades. Por que amamos o cinema? Por que gostamos de assistir filmes? Porque nos permitem fugir da realidade, esquecer as nossas preocupações, deixar-nos levar pela ficção e se o filme se tornar muito assustador, horrível, triste,... podemos sempre nos confortar dizendo “é só ficção, essas pessoas são atores, eles interpretam um papel”. Exceto que os bebês não são atores. Os bebês realmente choram. Suas lágrimas refletem seus sentimentos.
Alguns de vocês podem estar entre os milhões de internautas que viram o vídeo que se tornou viral nas redes sociais, de um pai cujos filhos invadiram seu escritório enquanto ele estava sendo entrevistado pela BBC. “Hilário, o vídeo mais risível…”, comentaram os internautas. Só eu que não ri? Só eu vi a aspereza com que a mãe puxa a menina para fora do quarto? Se passássemos a filmagem em câmera lenta, as pessoas veriam a brutalidade? E se fosse um cachorrinho ou um gatinho que a mulher puxou brutalmente pela pata, a ponto de deslocar seu ombro e depois arrastá-lo para o chão? As organizações de proteção animal não teriam reagido? Se você focar sua atenção na pequena, verá que ela primeiro pega o canto da mesa nas costelas e que chora claramente quando a mãe a puxa pelo braço: ai ai ai enquanto a senhora faz quase passar por baixo o andador do irmão mais novo, o espaço deixado entre o andador e o batente da porta sendo muito estreito. Se você escutar com atenção, poderá ouvir distintamente os gritos de dor da garotinha.
O vídeo ficando famoso nesse meio tempo, a família divulgou novos mostrando que a pequena está bem. A mãe reagiu com veemência, no estresse da entrevista, mas os pais provavelmente terão conseguido explicar à filha por que a mãe a machucou.
E as cenas escritas e programadas de um filme? Os pais explicam aos filhos que pessoas vão faze-los (ou deixa-los) chorar por diversão, por entretenimento, para fazer os espectadores rirem ou comover-se?
De acordo com a neuropsicóloga Bérengère Guillery-Girard, “embora esqueçamos os primeiros anos de nossa vida, eles deixam uma marca duradoura em nossa personalidade na idade adulta”.
Quero realmente que crianças pequenas fiquem traumatizadas pelo meu prazer de espectadora?
Como os diretores podem pensar que não é grave? E se fosse? Assim que tentamos não nos deixar levar pela ficção, desde que mantemos a atitude de um observador consciente, como não pensar que é injusto infligir isso a crianças muito pequenas?
Eu me pergunto como eles fazem isso, os diretores. Eles estão deixando a criança faminta ou o quê? Eles o mantêm acordado e esperam que ele fique exausto? Ou eles o impedem de ver seus pais?
Não há como proteger os bebês e crianças que são deliberadamente deixadas para chorar quando existem alternativas? Alguns diretores simplesmente gravam o choro real de um bebê e depois colam a trilha sonora sobre as imagens de um bebê que o ator ou a atriz está carregando com a cabeça virada para eles. Eles confiam na inteligência dos espectadores que sabem muito bem como é um bebê chorando.
Não há necessidade de traumatizar um!
Comecei a perceber o sofrimento das crianças há cerca de dez anos.
Desde então, saio instantaneamente da ficção sempre que vejo uma criança chorando em um filme. Antes, eu era como a maioria das pessoas. Acho que estamos tão acostumados com esse tipo de cena que não percebemos que essas crianças não estão INTERPRETANDO um papel. O problema é que quanto mais vemos isso, mais o achamos normal e nos tornamos insensíveis.
Quando você vê uma criança chorando em um filme, convido você a deixar a ficção e se concentrar na criança. Ouça-o chamar sua mãe, concentre-se em seu olhar, provavelmente voltado para sua mãe, imagino, que parece dizer por que você está fazendo isso comigo.
Como é que deixamos isso acontecer? Por que continuamos assistindo e deixando as coisas acontecerem? “O mundo é perigoso não por causa de quem faz o mal, mas por causa de quem assiste e deixa acontecer”, disse Albert Einstein. Bem, eu não quero mais ficar de braços cruzados. Não desejo mais ver bebês cujas necessidades foram deliberadamente negadas para fazê-los chorar por muito tempo. Não tenho mais vontade de pagar produtores para deixar bebês em situações estressantes, deixar crianças chorarem para fins de filmagem, porque a cena não está completa. E isso para meu prazer, para meu entretenimento, é chocante.
Exorto as autoridades europeias e internacionais a aprovarem uma lei sobre a utilização de bebês e crianças pequenas para entretenimento, a estudarem os efeitos psicológicos a longo prazo sobre eles e a prohíban a exploração dos sentimentos de tristeza, medo, dor, angústia dos bebês ou crianças pequenas para fins de filmagem.
E eu gostaria de ver um dia em TODOS os filmes a menção “Nenhum bebê ou criança foi brutalizado ou abusado durante esta filmagem”.
E você?
Várias pessoas ao meu redor estão convencidas disso. Se você também está, assine a petição. Obrigada !
A petição:
https://chng.it/vRzW48ZS
https://www.youtube.com/watch?v=Mh4f9AYRCZY
(27 de março 2017)
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